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29/07/2025Undime

Debate sobre estratégias de enfrentamento das desigualdades educacionais finaliza programação do segundo dia do Fórum Nacional

Durante o evento, intérpretes de Libras promovem acessibilidade, que facilita a compreensão do conteúdo para comunidade surda ou usuário da língua

O 20º Fórum Nacional da Undime finalizou o segundo dia com o painel “Estratégias de enfrentamento das desigualdades educacionais”. Coordenado pelo Dirigente Municipal de Educação de Aratuípe/BA e presidente da Undime Bahia, Anderson Passos dos Santos, participaram a secretária de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi) do Ministério da Educação (MEC), Zara Figueiredo; a chefe de Educação do UNICEF Brasil, Mônica Pinto, junto ao co-fundador e diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Mahin Consultoria Antirracista, Giovani Rocha. 

O presidente Anderson Passos mostrou que a desigualdade educacional está intrinsecamente ligada a um abismo histórico, que remete à identidade, ao acesso, à classe social ou ao regionalismo. “É uma pauta muito cara, justamente por questões que passam por contextos históricos, financeiros e, principalmente, a questão da não existência ainda da equidade, tão sonhada na educação brasileira”, explicou.

O pesquisador Giovani Rocha referenciou a fala por meio da pesquisa “Percepções sobre o Racismo no Brasil” do IPEC, que em 2023 mostrou que 81% dos brasileiros afirmaram o Brasil como um um país racista; 10% dos brasileiros afirmaram que trabalham em uma instituição ou empresa racista e 11% dos brasileiros, que têm atitudes e práticas racistas. Para Giovani, o agravante está no indicativo que 38% dos brasileiros sofreram racismo em escolas, faculdades e universidades. 

“Sem promoção da equidade étnico-racial, nossa educação segue gerando histórias de exclusão, mas poderemos trocar por ‘promovendo equidade étnico-racial vai gerar histórias de oportunidades abundantes para todos e todas’”, afirmou.

Na sequência, a chefe de Educação do UNICEF, Mônica Pinto, também trouxe dados. Desta vez, relacionados com a exclusão e o abandono escolar no país.  Mostrou que esse perfil tem “identidade e endereço”, em sua maioria negros e pardos, do sexo masculino, morador de áreas periféricas e rurais, provenientes de famílias de alta vulnerabilidade socioeconômica. Ela convidou os presentes a se questionarem se a escola é interessante para os jovens e como é que se pode enfrentar a exclusão e o abandono escolar se eles são considerados fenômenos multifatoriais. “É um dever de toda a sociedade”, respondeu, ao acrescentar as diretrizes da Busca Ativa Escolar.

O painel finalizou com a apresentação da secretária da Secadi, Zara Figueiredo, que utilizou o tema “Plano Decenal de Educação, política de estado para garantir Direito à Educação” no sentido de evidenciar o enfrentamento à desigualdade social como projeto político das redes de ensino.

“Os planos municipais de educação exigem que a gente enfrente as desigualdades no plural, porque nós temos um conjunto de desigualdades. Portanto, se o tema da discussão é direito à educação, se a gente for pensar em enfrentamento da desigualdade educacional ou se a gente for pensar em produzir equidade na educação, um dos primeiros elementos que a gente tem que pensar é o projeto político das redes. O enfrentamento da desigualdade não pode ser construído ou ele não pode se dar do ponto de vista de ações isoladas ou fora da rede”, afirmou.

Inclusão 

Ao longo dos quatro dias de evento, onze intérpretes de Libras facilitaram a comunicação para a comunidade surda e usuária de Libras, promovendo inclusão, acessibilidade e chamando atenção para a causa. 

Durante toda a tarde desta segunda-feira, os intérpretes Mariana Dantas e Elber Vinicius se revezaram no espaço destinado à projeção de transmissão. “É um tema de interesse público e um direito, ter acesso a informação. Sinto feliz em garantir e fazer a ponte para esse direito”, destacou o pedagogo e intérprete, Elber Vinicius.


Fonte: Undime


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